Jornalista da WIRED expõe falha em embaralhadora usada em cassinos e mostra como trapacear no poker
Um experimento conduzido pela revista WIRED revelou vulnerabilidades em uma das máquinas de embaralhar cartas mais utilizadas em cassinos e clubes de poker do mundo. No episódio mais recente da série Hacklab, lançado na última sexta-feira (10), o jornalista Andy Greenberg demonstrou como o equipamento Deckmate 2, amplamente empregado em mesas profissionais, pode ser explorado por hackers para prever a ordem das cartas.
Com o apoio do pesquisador e especialista em segurança Joseph Tartaro, Greenberg identificou que a porta USB localizada na parte traseira da embaralhadora permite a conexão de dispositivos capazes de ler e transmitir, em tempo real, a sequência das cartas embaralhadas. No teste, Tartaro utilizou um pequeno aparelho conectado via Bluetooth a um celular, que recebia as informações diretamente do sistema da máquina.
Para demonstrar a falha, Greenberg organizou uma partida particular com jogadores que desconheciam o experimento. Durante o jogo, Tartaro sinalizava discretamente ao jornalista quais ações tomar, permitindo que ele vencesse com facilidade, mesmo sem ser um jogador profissional.
O vídeo, intitulado “I Cheated At Poker By Hacking A Casino Card Shuffling Machine” (Eu trapaceei no poker hackeando uma embaralhadora de cassino em português), chegou a quase 200.800 visualizações e reacendeu o debate sobre segurança tecnológica no poker. O conteúdo também contou com a participação do jogador e criador de conteúdo Doug Polk, proprietário do clube The Lodge Card Club no Texas, que comentou os riscos e as implicações da descoberta.
Segundo Polk, o perigo real de manipulação está em partidas privadas e não regulamentadas. “Quando essas máquinas circulam fora do controle das fabricantes, qualquer pessoa pode alterá-las e recolocá-las em uso”, alertou.
A fabricante Light & Wonder, responsável pelo modelo Deckmate 2, informou à WIRED que corrigiu as vulnerabilidades e atualizou o firmware de todas as unidades sem custo adicional aos clientes. Mesmo assim, Tartaro reforça que a ameaça não está totalmente eliminada: “Enquanto houver conexões externas, sempre existirá uma possibilidade de exploração”.
Assista ao vídeo completo acima.
Foto: Reprodução/YouTube @WIRED.