Daniel Negreanu esquenta debate “instinto vs. solvers” e viraliza rapidamente em post no X

Daniel Negreanu voltou a movimentar a comunidade do poker. Em uma publicação recente no X (antigo Twitter), o canadense abriu uma discussão que atravessa gerações e está cada vez mais presente: jogar com instinto ou jogar baseado em solvers. Ele reacende o debate sobre a relação entre o jogo técnico, treinado com solvers e fundamentado em GTO, e o estilo mais intuitivo, criativo e pouco ortodoxo que marcou – e ainda marca – grandes nomes do poker.
A postagem repercutiu amplamente entre profissionais, entusiastas e até críticos, gerando dezenas de respostas e explodindo o debate central: até que ponto o poker moderno deve seguir a matemática, e onde entra o “feeling” do jogador?
There is a lot to admire and respect about those that work hard with solvers and learn the game at a high level “the right way.”
— Daniel Negreanu (@RealKidPoker) December 1, 2025
For me, it’s just way more romantic, fun, and cool to watch those that do their own thing and make it work, while the studied crowd internally…
Negreanu foi direto ao ponto ao afirmar que respeita os jogadores que estudam solvers e buscam a execução teoricamente correta do jogo. Porém, destacou que considera muito mais interessante assistir aos que seguem o próprio caminho, fazem ajustes intuitivos e, mesmo assim, conseguem resultados expressivos.
Segundo ele, esses jogadores são frequentemente rotulados como “errados” pelos mais técnicos, algo que, em sua visão, ignora o talento e a criatividade envolvidos em suas decisões.
O canadense então listou nomes que, para ele, representam essa escola criativa. Entre os citados estavam:
- Phil Ivey
- Bryn Kenney
- Jesse Lonis
- Chino Rheem
- Michael Mizrachi
- Alex Foxen (classificado como um estilo “híbrido”)
- Adrián Mateos
- Vanessa Selbst
- Martin Zamani
- Shaun Deeb
Ele também se incluiu na lista, algo que boa parte da comunidade considerou justo, dado seu perfil histórico de jogador adaptativo, guiado por leituras e timing. A repercussão foi imediata, com centenas de comentários divididos basicamente em três linhas de argumentação:
Apoio ao lado “artístico” do jogo
Vários usuários concordaram com Negreanu, ressaltando que o poker perde sua essência quando se torna totalmente mecanizado. Para esse grupo, jogadores intuitivos são responsáveis por mãos épicas, leituras improváveis e momentos que ajudam a popularizar o esporte.
Críticas de quem defende o domínio técnico
Outros usuários argumentaram que, no cenário atual, especialmente nos high stakes, o poker puramente instintivo é insustentável frente a adversários que estudam profundamente o jogo. Para eles, depender de sensibilidade e improviso é “dar edge de graça”.
A busca por equilíbrio
Uma parcela mais moderada defendeu que a mistura entre estudo e leitura. O estilo “híbrido” mencionado por Negreanu é o caminho mais lucrativo no longo prazo. Esse pensamento foi reforçado quando questionaram o canadense sobre em quem apostaria um milhão de dólares. A resposta foi imediata: Phil Ivey, ícone máximo da combinação de instinto e imprevisibilidade.
O post de Daniel Negreanu vai muito além de uma lista de nomes. Ele toca na essência do jogo e confronta dois caminhos possíveis: o poker como cálculo e o poker como expressão humana. Mas também não se coloca como um reacionário que só valoriza um ponto. Inclusive, enquanto existir poker live e online, com jogadores disputando cashes e torneios em ambos, este debate seguirá aceso.














