Agressor de Maurice Hawkins conta sua versão e revela histórico de atritos com o profissional: “Ele mexeu com a pessoa errada”
Leo Rodrigues
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Dias após o vídeo da agressão a Maurice Hawkins repercutir na comunidade do poker, o outro envolvido no episódio decidiu apresentar sua versão dos fatos. Eugene Castaneda, o jogador que aparece desferindo diversos golpes no recordista de anéis da WSOP Circuit, afirmou que o desentendimento teve origem em uma discussão sobre nacionalidade e foi impulsionado por um histórico de atritos entre ambos.
Em entrevista ao portal PokerNews, Castaneda contou que sua relação com Hawkins nunca foi amistosa. Ele afirma ter conhecido o profissional há cerca de 17 anos, ainda no início da própria carreira, e garante que o comportamento do rival sempre o incomodou: “Ele sempre foi rude comigo desde o começo, e eu nunca entendi o motivo. Sempre me lembrei disso.” Ao longo dos anos, os dois se enfrentaram diversas vezes nos feltros, e Castaneda diz ter feito o possível para evitar conversas e manter distância.
O episódio mais recente, porém, escalou rapidamente. De acordo com Castaneda, a tensão começou quando uma conversa sobre nacionalidade tomou um rumo mais ríspido. Ele relata que Hawkins afirmou ser “afro-americano”, o que provocou sua contestação: “Isso não é uma nacionalidade.” A discussão cresceu, e Castaneda, que possui origem cubana, diz ter ouvido respostas atravessadas: “Sim, seu branquelo.” Ao ser corrigido novamente, Hawkins teria repetido o tom: “Sim, garoto branco.”
Maurice Hawkins é agredido em jogo privado na Flórida. Veja mais detalhes: https://t.co/03Sp9WUqd1 pic.twitter.com/6PKOiZgtQD
— PokerLife (@pokerlifebrasil) November 28, 2025
Ao perceber a irritação, Castaneda conta que Hawkins lançou o desafio: “Você quer lutar por isso?”. Ele afirma ter respondido prontamente: “Quero, sim.” Foi então que se levantou, contornou a mesa e iniciou a sequência de golpes exibida no vídeo que circulou pela internet.
Castaneda alega que a atitude foi resultado do acúmulo de ressentimentos antigos somado às provocações daquele momento: “Ele mexeu com a pessoa errada.” Ele também afirma que parou de golpear quando foi contido e que não seguiria enquanto outros jogadores seguravam o rival.
Após a briga ser separada, o episódio ganhou um novo capítulo. As imagens mostram Hawkins caminhando até seu carro, e Castaneda relata que os presentes temeram que ele pudesse retornar armado. Por isso, o agressor admitiu que também se dirigiu ao próprio veículo, uma caminhonete estacionada do lado de fora, para pegar sua arma: “Corri para o meu carro para me proteger. Queria que ele soubesse que não era o único com uma arma ali.” Ele afirma que voltou para casa com a arma no bolso, temendo nova escalada da confusão.
Hawkins, por sua vez, contestou completamente essa narrativa. Em vídeo publicado após o incidente, o profissional disse que foi atacado “pelas costas” enquanto ainda estava sentado e que qualquer versão que inclua provocação ou desafio é falsa. “É incrível como inventam que eu apanhei. Ele veio por trás enquanto eu estava na cadeira.” Segundo ele, o desfecho teria sido “bem diferente” caso não tivesse sido contido pelos outros presentes.
Apesar da tensão, os dois retornaram ao jogo naquela mesma noite, mas Castaneda afirma que a mesa permaneceu praticamente em silêncio até o fim da sessão, marcada pelo clima de receio. O caso segue repercutindo, e as versões conflitantes continuam alimentando o debate sobre o que realmente originou a agressão.
