Mateus Carrión comemora sucesso do High Limit Poker Brasil: “sonho se tornou realidade”

A temporada inicial do High Limit Poker Brasil, primeiro programa de cash game high stakes televisionado do país, está chegando ao fim. Nesta quarta-feira (16), o 13º e último episódio vai ao ar às 22h, no YouTube da própria atração e também no canal de TV BM&C News.
Em entrevista exclusiva ao PokerLife, o CEO do High Limit Poker Brasil Mateus Carrión, mais conhecido na comunidade como “Zinhão”, falou sobre os bastidores do programa, os desafios enfrentados, os planos para o futuro e muito mais. Confira:
Que balanço você faz da primeira temporada do High Limit Poker Brasil?
Faço um balanço extremamente positivo, certamente. Os desafios foram gigantescos, mas nós saímos muito maiores depois dessa primeira temporada. Juntar grandes nomes do poker brasileiro num cash game high stakes na televisão em um canal de TV que está nas maiores operadoras do Brasil foi um sonho que se tornou realidade. Porém, eu sou um cara muito perfeccionista e que me cobro muito, e tiveram problemas internos que não podem tornar a acontecer. Graças a Deus nada que comprometesse o trabalho, porém os aprendizados foram infinitos e com certeza a segunda temporada será dez vezes melhor.
Como surgiu a ideia de fazer um programa desses no Brasil?
A ideia já existe há muito tempo, sempre foi meu sonho e dos meus sócios, eu particularmente cresci assistindo o High Stakes Poker e nem nos meus melhores sonhos acreditaria que eu poderia fazer a versão brasileira e ainda ser uma das estrelas do show. Acredito que a ideia mais concreta veio com força em dezembro de 2022, quando o Saulo (Costa, sócio) a trouxe com mais ênfase em uma imersão dos sócios da Metagame. E ela surge da vontade de contar a história do poker no Brasil com os atores que merecem estar ali, com a vontade de contar a nossa história e também de criar os novos Phil Ivey's e Daniel Negreanu's da nossa história. Porém, no momento dessa reunião eu ainda tinha muito receio por conta da parte jurídica e de compliance. Fazer um jogo no Brasil, cash game, televisionado, poderia trazer muitos problemas. O que não tem de político desocupado pra procurar problema aonde não existe não tá escrito, né? Mas acredito que o crescimento do cenário ajudou muito a gente ter a coragem de fazer.
Quanto tempo levou para a ideia sair do papel e entrar em prática?
As primeiras conversas começaram em março de 2024, através de um amigo meu que me colocou em contato com um canal de TV que queria fazer algo de poker e já sabia da minha vontade de fazer isso. Naquele momento eu peguei pra mim dentro da nossa sociedade, onde cada sócio é CEO de pelo menos um braço (uma empresa) da nossa Holding, e comecei a trabalhar. Acabou que não deu certo aquele canal de TV e acabamos mudando pra outra TV (a BM&C News) e com outra produtora e outro negócio. Também o programa era outro, tinha outro nome e outras visões. Acredito que dessa maneira ficou totalmente a nossa cara. Além disso, procuramos por patrocinadores e encontramos o H2Bet, que nos deu muita confiança e por já serem uma marca que nasceu do poker, entendem muito melhor o nosso universo. Então respondendo mais objetivamente a sua pergunta, demorou oito meses dos primeiros trabalhos para a gravação, que foi no começo de novembro, e 10 meses pro primeiro episódio ser veiculado. Mas da vontade e da ideia de fazer foram anos.
Vocês buscaram inspiração em algum outro programa do gênero, como o Poker After Dark, por exemplo, que fez muito sucesso entre a comunidade?
Com certeza! Na verdade eu acho bem curioso que quando falam de referência, 90% das vezes as pessoas trazem o Poker After Dark como a principal delas e eu acho isso fantástico. Eu particularmente tenho total a referência do High Stakes Poker, muito mais do que o Poker After Dark, apesar de serem programas bem similares, e isso só demonstra como esse formato é fantástico. Mas sim, com certeza, ambos são as nossas maiores referências. Os programas de cash game da Triton também nos ajudaram bastante.
Como foi o desafio de reunir tantos craques em uma mesa, cada qual com sua agenda e compromissos?
Foi difícil. Principalmente porque eles foram lá única e exclusivamente pra isso. Se você vê atualmente o High Stakes Poker ou a Triton, ou eles já estão em um evento grande, como é o caso da Triton, ou estão em um Cassino em Las Vegas onde tem diversas pessoas que podem participar. No nosso caso, o nosso casting foi contado e todos deveriam estar lá. Mas graças à Deus eu sou um cara muito bem relacionado no mundo do poker, todos ali são grandes amigos e me deram a confiança de poder fazer o programa. E também o nosso patrocinador que é influente no meio ajudou com alguns membros.
Como foi a rotina de gravações? Quantos dias foram?
Foram três dias de gravações totais. Um dia só pras entrevistas, e aí foi mais tranquilo porque foi marcado duas horas com cada um, e dois dias de jogo. E aí tiveram também alguns desafios, pois gravamos em um estúdio mesmo, é um pouco apertado, muita gente trabalhando e é um ambiente diferente do que estamos acostumados nos grandes eventos de poker. Mas aí a amizade fala mais alto, você pega Thiago Crema, Paulo Joanello e Yuri Martins, três caras finos e chiques, jantando em cima dos monitores do estúdio, foi engraçado.
Quem mais te impressionou no jogo?
Acho que o Léo Rizzo, né? Não tem como ser mais lóque do que aquilo (risos). Brincadeira. Cara, o Yuri é muito competitivo, ele realmente não dá nenhuma estreladinha nem pra brincar, o negócio dele é 100% tomar a melhor decisão, isso é bem impressionante e curioso. O resto eu já conhecia bem e fez o que eu esperava, mas o Crema tem jogado muito cash live e é muito bom. Acho que o ponto mais positivo fica pro meu sócio Saulo Costa e a capacidade de se manter calmo e não dar nenhuma tell mesmo no live. Muito se fala que os caras do online vão se perder no live e o desempenho dele só mostra que isso é a maior baboseira que existe, né? Quando o cara tem o conhecimento necessário nem quando tá blefando uma mão que sabe que precisa blefar ele fica nervoso.
Agora falando do Zinhão, que balanço você faz do seu desempenho nessa primeira temporada?
Acho que as duas mãos chave são as contra o Léo Rizzo, o AQ que eu foldei pra ele pré-flop, e o AA que ele trinca o A9. O Léo é muito maluco, eu fiquei com medo de ele querer ir embora caso perdesse aquela mão, sei lá, confesso que se soubesse o que ele ainda tinha capacidade de fazer depois, hoje eu jamais foldaria. E o AA acho que eu poderia ter pensado mais no river, mas acho que apesar do valor não tem muito o que fazer. Acho que eu joguei bem apesar dessas mãos e acabei runnando muito mal mesmo, além de ter ficado bem card dead. Os melhores spots simplesmente não aconteceram.
E os planos para a segunda temporada? Alguma novidade que pode nos contar?
A segunda temporada já tá aí batendo na porta, venho trabalhando quase que única e exclusivamente nisso. Vão ter muitas novidades e posso dizer que vai ser muito melhor. Mais jogadores, outros formatos e um evento maior.